A Demência Frontotemporal (DFT) é um distúrbio neurodegenerativo que afeta a memória, o comportamento, a linguagem e o modo de se expressar. É uma doença crônica e progressiva que causa a destruição das células no lobo frontal e temporal do cérebro, com consequencia na estrutura e na função do cérebro.
Recentemente diagnostico, o ator de Hollywood Bruce Willis, deu luz a uma doença que “corresponde a 10% das demências. Em geral, o início se dá em idade mais jovem (55 a 65 anos) que na doença de Alzheimer. A incidência das DFT é quase a mesma em homens e mulheres. Cerca de metade das DFT é hereditária; a maioria das mutações genéticas envolve o cromossomo 17q21-22 e resulta em anormalidades da proteína tau”. [1]
A DFT tem uma variedade de sintomas, que incluem mudanças no comportamento, declínio cognitivo, perda de memória, problemas de linguagem e dificuldade em executar tarefas comuns. O diagnóstico da DFT é difícil e exige a realização de vários exames e investigação e, claro, exclusão de outras doenças. O tratamento da DFT inclui medicamentos, terapia comportamental e suporte psicológico. [2]
DIAGNÓSTICO
A demência frontotemporal é geralmente identificada por meio de exames de imagem do cérebro, como ressonância magnética, tomografia computadorizada e PET. Estes exames de imagem permitem que os médicos vejam alterações na estrutura do cérebro, como atrofia (encolhimento) de certas áreas. E podem excluir outros distúrbios semelhantes aos sintomas de demência, como tumor cerebral e acidente vascular cerebral.
O paciente com demência frontotemporal tem um amplo espectro de sintomas, incluindo mudanças na “personalidade, mudanças comportamentais, e linguagem (sintaxe e fluência)”. [1]
Afasia é um dos principais sintomas desta demência. É uma disfunção da comunicação, caracterizada pela dificuldade nas habilidades de compreensão verbal, problemas na fala e na escrita e produção da linguagem. Segundo o DSM, para “alguns pacientes, a afasia é o único sintoma existente em ≥ 10 anos.
Outros sintomas incluem desinibição social e hiperatividade sexual, apatia, comportamento repetitivo, atrofia muscular generalizada e fraqueza”. [1]
A mudança na personalidade também é comum e pode incluir mudanças no humor, comportamento social, interesses e habilidades. Comportamentos impróprios ou inadequados típicos da incapacidade de controlar impulsos, “desinibição social e hiperatividade sexual, apatia, comportamento repetitivo, atrofia muscular generalizada e fraqueza” podem ser observados. [1]
Outros sintomas comuns são dificuldade em tomar decisões, perda de memória, mudanças na cognição, problemas de julgamento, confusão e desorientação. “O raciocínio abstrato e a atenção (seletiva e sustentada) são afetados; as respostas são desordenadas. A orientação é preservada, mas o resgate de informações pode ser afetado. As habilidades motoras geralmente são preservadas. Os pacientes têm dificuldade para sequenciar tarefas, embora as tarefas visuoespaciais e visuoconstrutivas sejam menos afetadas”. [1]
TRATAMENTO
1. O apoio emocional e social é essencial para ajudar alguém com demência frontal temporal. Isso pode incluir oferecer à pessoa uma rede de apoio de familiares e amigos que podem ajudar a encontrar o tratamento mais adequado.
2. Exercício regular pode ajudar a melhorar a memória, a função cognitiva e o humor.
3. Remédios podem ajudar a melhorar os sintomas. Muitos medicamentos foram desenvolvidos para ajudar a melhorar a função cognitiva, a memória e o humor.
4. A terapia pode ser muito útil na melhora do humor, redução de estresse e aumento do nível de funcionalidade.
5. Participar de atividades recreativas e sociais pode ajudar a melhorar a memória e a função cognitiva. Essas atividades podem incluir jogos de tabuleiro, histórias, leitura e outros tipos de atividades divertidas.
A família pode ajudar a pessoa com demência frontotemporal de muitas maneiras. Primeiro, é importante oferecer amor, compreensão e apoio durante esse difícil processo. É importante que a família se informe sobre a doença e busque ajuda profissional para aprender as melhores formas de abordar os sintomas. Além disso, é importante garantir que a pessoa receba os cuidados e acompanhamento adequados, incluindo tratamentos medicamentosos, se necessário. É importante garantir que a pessoa receba alimentação adequada, descanso suficiente e atividades intelectuais que estimulem o cérebro. Também é importante proporcionar um ambiente seguro e familiar, com atividades e ajuda que possam ajudar a pessoa a lembrar de coisas importantes. A família deve tentar se comunicar com a pessoa de maneira clara, paciente e respeitosa. É importante encorajar a pessoa a expressar seus sentimentos e ajudá-la a se livrar da tensão e da ansiedade.
Os medicamentos para tratar a demência incluem:
• Antidepressivos: podem ajudar a melhorar o humor e os sintomas relacionados à depressão.
• Antipsicóticos: podem ajudar a diminuir sintomas como alterações de comportamento e agitação.
• Anticonvulsivantes: esses medicamentos podem ajudar a reduzir a impulsividade, explosões e mudanças repentinas de humor.
• Moduladores do ácido gama-aminobutírico (GABA): ajudam a controlar os sintomas relacionados ao comportamento impulsivo, alterações de humor e agitação.
• Drogas para Alzheimer: são usadas para tratar sintomas relacionados à memória, linguagem e pensamento.
• Inibidores da colinesterase: ajudam a melhorar os sintomas relacionados à memória e à linguagem.
• Suplementos vitamínicos: usados para ajudar a melhorar alimentação, equilíbrio e memória
Cada profissional vai receitar o tratamento mais adequado para cada paciente e suas condições clínicas. Consulte sempre um médico.
Pesquisas recentes em DFT se concentraram na compreensão das causas subjacentes da doença, na identificação de biomarcadores para diagnóstico, bem como para potencialmente fornecer informações sobre a progressão da doença. e no desenvolvimento de tratamentos bastante precoces. Outras áreas de pesquisa atuais incluem genética, para analisar as formas herdadas e adquiridas de DFT, assim como as alterações genéticas podem afetar os sintomas e a progressão da doença. Estudos de imagem também estão sendo conduzidos para entender melhor as mudanças no cérebro associadas à DFT. [3]
Referências:
1- https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/delirium-e-dem%C3%AAncia/dem%C3%AAncia-frontotemporal-dft
2- https://www.scielo.br/j/rprs/a/TnFySsgt58jbFxHX8xC6ghq/?lang=pt
3- https://www.neurodiem.com.br/news/an-imaging-biomarker-for-early-familial-frontotemporal-dementia-41zgDxpNKqT6pYtgNwKB3D?locale=en-US
4- https://br.freepik.com/fotos-gratis/