A doença de Parkinson é mais comum em pessoas idosas. Ela é uma doença neurodegenerativa crônica que afeta o sistema nervoso central, caracterizada principalmente pela degeneração progressiva de células cerebrais responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor importante para o controle dos movimentos e outras funções cognitivas.
Conforme as pessoas envelhecem, aumenta a probabilidade de ocorrerem mudanças nas células do cérebro e nos sistemas de regulação neurológica, o que pode predispor ao desenvolvimento da doença. O corpo acumula danos celulares e tem maior dificuldade em reparar ou substituir células danificadas.
Certos fatores ambientais também podem estar relacionados ao desenvolvimento da doença de Parkinson, como toxinas ou substâncias químicas presentes no ambiente, pois com o envelhecimento, a exposição cumulativa a esses fatores ambientais pode aumentar o risco da doença.
SINTOMAS
O diagnóstico geralmente é baseado na avaliação clínica dos sintomas, história médica e exame neurológico realizado por um médico especializado, como um neurologista. Além disso, alguns exames para avaliar os sintomas motores característicos como tremores, rigidez muscular, bradicinesia (movimentos lentos), hipomimia (expressão facial vazia) e instabilidade postural, exames para medir os níveis de dopamina no cérebro. Em casos raros, uma punção lombar pode ser realizada para analisar o LCR (líquido cefalorraquidiano).
Um profissional experiente e bastante atento vai acompanhar sinais que iniciam 20 anos antes: constipação progressiva, 10 anos antes: dificuldade de sono REM, sonolência excessiva, depressão antes do início dos tremores e perda de olfato (hiposmia), podendo chegar a zero (anosmia). O teste de hiposmia é importante, pois de acordo com Quagliato et al.[1], os níveis de olfato pra 12 odores é bem diferente entre pacientes que sofrem desta enfermidade e saudáveis.
TRATAMENTO
Apesar de não haver uma cura, existem tratamentos disponíveis que podem ajudar a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Os tratamentos geralmente se concentram em aumentar os níveis de dopamina no cérebro ou controlar outros sintomas da doença. Alguns dos tratamentos incluem:
Medicamentos: Existem várias classes de medicamentos que podem ajudar a aliviar os sintomas da doença de Parkinson, incluindo levodopa, agonistas de dopamina, inibidores da MAO-B em conjunto com inibidor de DDC. O tratamento medicamentoso é adaptado individualmente para cada paciente, dependendo da gravidade dos sintomas e de outros fatores.
Um tratamento que garanta qualidade de vida ao paciente é realizado por uma equipe multidisciplinar composta por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e psicólogos, que trabalhem juntos para desenvolver um plano personalizado para cada paciente. Neste caso, os profissionais terão como foco: fisioterapia para melhorar a força muscular, o equilíbrio e a mobilidade, ajudando a reduzir o risco de quedas e a manter a independência funcional; terapia ocupacional pode ajudar a melhorar a independência nas atividades diárias; fonoaudiologia auxilia no tratamento de problemas de fala e deglutição e suporte psicológico para os pacientes e seus familiares.
Para casos mais avançados e refratários aos medicamentos, a estimulação cerebral profunda pode ser considerada. Esse procedimento envolve a implantação de eletrodos no cérebro que emitem pulsos elétricos para áreas específicas, ajudando a controlar os sintomas motores. A estimulação cerebral profunda custa caro, em dólares $30 a 60 mil, pode durar até 10 anos, o fio condutor leva impulso até a amigdala e tem sido muito utilizada, apesar dos efeitos já conhecidos: crises, apatia, depressão, disfagia, desequilíbrio, linguagem e cognição comprometida, infecção e hemorragia intracraniana. [2, 3]
Compreender a doença é muito importante para os cuidadores, desta forma, poderão oferecer a ajuda necessária para o paciente em diferentes estágios. A doença de Parkinson afeta cada pessoa de forma diferente, e o tratamento deve ser adaptado individualmente para atender às necessidades específicas de cada paciente.
Pesquisas sobre a doença de Parkinson continuam em andamento, e novos tratamentos e abordagens terapêuticas podem ser desenvolvidos no futuro. Até lá, o acompanhamento médico regular e a adesão ao tratamento proposto são essenciais para o melhor gerenciamento possível da condição.
Referências:
1- https://www.scielo.br/j/anp/a/PNfbYVGK3GWKHSwNnNJHjrd
2- https://link.springer.com/article/10.1007/s00455-011-9387-4
3- https://content.iospress.com/articles/neurorehabilitation/nre172306
4- freepik