Cresce não somente o número de idosos no país, como também a oferta de espaços especializados no atendimento exclusivo deste público.
Foi-se o tempo em que idoso era associado a pantufas e cadeira de balanço. Atualmente há uma enorme diversidade de lugares que atendem exclusivamente este público. Façamos uma listagem para explicar melhor cada um:
Os antigos asilos podem ser chamados de residencial, morada, lar, instituição de longa permanência para idosos (ILPI), casa de repouso, clínica geriátrica. É aquele espaço onde o idoso passa a morar depois de uma decisão familiar. Nestes locais, os cuidados são intensos, dia e noite com equipe de enfermagem, várias refeições diárias, higiene constante, espaços comuns. É ideal que estes locais apresentem uma programação de atividades diárias e evitem somente exposição à televisão o dia todo. Os profissionais devem ser constantemente treinados e estar motivados para árduas tarefas. Os espaços podem atender desde pessoas lúcidas, semi dependentes até acamados, mas depende de cada lugar. Atualmente há uma oferta enorme de locais com tudo que foi dito acima, adicionado aos serviços de hotelaria, alguns com muito luxo, com mensalidades que podem chegar a R$26 mil em São Paulo.
Há também lugares voltados exclusivamente ao cuidado paliativo, são chamados hospices, tem como conceito o amparo de pacientes acima de qualquer doença. O cuidado paliativo não significa exclusão de tratamento, nem da medicina ocidental, nem medicação, nem acolhe somente pacientes em fim de vida. Cada tratamento é focado sobretudo no bem estar do paciente tendo como parâmetro o nível de dor individual e as decisões são tomadas em conjunto com a equipe de saúde sem imposição deste ou aquele tratamento. Neste locais, o foco não é a doença, nem a cura a todo custo, mas no “manejo dos sintomas, estabelecendo um plano avançado de cuidados, levando em consideração aspectos biográficos e valores do doente… o objetivo é aliviar o sofrimento em diferentes estágios da doença” tratando o paciente de forma humanizada e participativa.[1]
Clínicas de retaguarda também conhecidos como hospitais, são espaços de recuperação para pacientes que sofreram grandes intervenções e sobre as quais a família não sabe lidar. A assistência é intensa e a alta é o momento mais desejado, pois entende-se que a partir deste momento, o cuidado intensivo não é mais necessário.
Outros lugares que podem atender idosos, mas que não são moradia:
Os centros de convivência têm atividades previamente definidas, com horários estabelecidos com a equipe. Os participantes escolhem as atividades que mais se identificam, ou seja, diante de muitas opções, cada indivíduo escolhe uma ou outra, sem o compromisso de comparecer todos os dias por longos períodos. O nome chama atenção pelo fato de visar aspectos sociais de convivência, fomentando a autonomia e aprendizado ao longo da vida. Há iniciativas particulares, do terceiro setor e também públicas neste formato, e quem ganha é o idoso na promoção de sua saúde.
O centro dia é o local onde os idosos passam o dia com cuidados de ilpi, refeição e atividades, mas retornam para as próprias residências para dormir. Erroneamente chamados de creche para idosos, pois os idosos não voltam a ser criança, é um apoio às famílias que não têm pessoal, tempo e conhecimento para cuidar. A única diferença para a morada é realmente o tempo que se passa lá, limitando e revezando a responsabilidade com terceirizado. As condições de saúde do idoso, bem como o perfil do lugar são variáveis, por isso converse bastante com o lugar para tomar a decisão mais acertada.
Como pudemos observar, há diferentes opções de moradia e de espaço de lazer para as pessoas que passaram dos 60 anos. Antes de decidir, foque no perfil do idoso, se está compatível com o que o lugar oferece e com as pessoas com quem vai conviver no local. Se possível, faça alguns dias de teste.
Referências:
1 – GONDO, K.K. et al Cuidados Paliativos ambulatoriais In Manual de condutas em geriatria ambulatorial, Ed. dos Editores, 2022. p.449 a 463.