Um dia marcante como o dia do nascimento de um filho, o dia da sua formatura, ou último dia de trabalho rumo à aposentadoria, também é o dia da internação. Este dia, marcado pela despedida do ente querido que necessita de cuidados que em casa não consegue mais receber, pode vir carregado de muitas emoções.
Este dia marca a vida de quem tomou a decisão de internar (aquele que se vê incapacitado de prover assistência) e de quem foi levado, pois o residencial escolhido passará a ser a nova morada. Para o idoso, é um novo local para acordar todos os dias, com novas regras a cumprir e novas pessoas com quem irá conviver.
A partir deste momento, os dias em família não são mais privados, há uma equipe que assistirá o idoso internado e saberá de muitos assuntos desta família.
A família obedecerá aos horários de visita para encontrar com o seu ente querido. Também mesmo de fora terá que cumprir as novas regras.
Para a família, as expectativas vão além da companhia no dormitório, troca de fralda e entrega de medicação na hora certa. Além da adaptação com novo tempero na comida, e o cheiro e o conforto nas acomodações, também se haverá carinho como tinha em casa. Por outro lado, algumas preocupações como o mau comportamento do idoso poderá incomodar os outros.
É dos últimos recursos das famílias desgastadas e cansadas, que tentaram todos os tipos de cuidados em casa, ouviram muitos profissionais, colecionam um combo de remédios, muita pesquisa no google para concluir que a impotência de prestar a assistência que o idoso necessita transformou-se num desgaste que não sobra mais paciência e prazer de ficar juntos. Quando isto acontece, momentos que antecedem a internação vêm carregados de muita culpa. Ouve-se muitas opiniões de gente de fora e julgamentos que não ajudam em nada. Encontrar quem entenda e acolha neste momento, é tudo que a família precisa.
Os dias que seguem são um misto de apreensão, culpa, sentimento de ingratidão e abandono. Para os idosos lúcidos, é necessário acolhimento e acompanhamento. Para os familiares que passam por este luto, é preciso atenção, e também acompanhamento!
Um residencial que mantenha a família informada, com comunicação e tratamento transparente é aquele que vai acalmar, aos poucos e mostrar que a decisão de internar é muito assertiva no cuidado que o idoso necessita e que a família não consegue propor em casa.
Todos os residenciais são assim? Claro que não! Por isso, atenção às indicações, informações sobre equipe e profissionais que trabalham no espaço. Tudo é relevante neste momento. E não terceirize jamais o carinho e o afeto, pois para isto não há substituição.