O consumo de álcool é um grande problema de saúde e segurança pública, pois está diretamente associado ao aumento da criminalidade como roubos, assaltos e outros crimes e por ser uma das substâncias psicoativas mais consumidas devido ao baixo custo, fácil acesso e grande aceitação social. No mundo atinge 2 bilhões de pessoas e 76,3 mi apresentam problemas graves decorrentes do uso, sendo a maior causa em mortalidade dos jovens e fator de desenvolvimento de problemas futuros, inclusive relacionado ao uso de outras substâncias lícitas.
O álcool é responsável por mais de 10% da morbidade e mortalidade dos brasileiros, resultando em prejuízos sociais e individuais devido ao alto nível de agressividade, que gera números de violência como 50% de homicídios, 30% de suicídios e tentativas, 30 a 50% acidentes de trânsito graves e fatais, 70% dos casos de violência contra mulheres, autoviolência, espancamento, violência moral e sexual.
Para o indivíduo, impacta na sua qualidade de vida, sendo capaz de afetar na autoestima, habilidade de enfrentamento, funções neuroquímicas, alterações na memória, funções executivas, funções visuo-espaciais, desinibição, comprometimento de relações interpessoais, e ainda pode proporcionar distorção cognitiva e de percepção, diminuição da atenção, julgamento errado de uma situação, mudanças neuroquímicas, prejuízo de funcionamento neuropsicológico de associação com transtorno de personalidade e psicose.
O uso abusivo de álcool acelera aparecimento de doenças como cirrose, pancreatite, agravo de sintomas pré existentes e câncer, além de síndrome de Wernicke-Korsakoff (é caracterizada por nistagmo, paralisia do olhar conjugado e abducente, ataxia da marcha e confusão mental, em associação a um estado confabulatório amnésico) e Demência alcoólica (atrofia progressiva do córtex dos lobos frontais, aumento dos ventrículos laterais, perda irregular de células piramidais menores das lâminas superficiais e intermediárias, e degeneração secundária com perda de fibras nervosas).
E nas mulheres, agravo de diminuição de fertilidade em mulheres e síndrome alcoólica fetal, depressão, ansiedade, desordem de estresse pós-traumático. As mudanças no sistema endócrino faz com que aumente uso de álcool pelas mulheres.
Os impactos econômicos representam 7,3% do PIB brasileiro decorrente do uso de álcool. Os prejuízos econômicos são divididos em custos diretos (medicamentos, tratamentos), custos indiretos (perda da produtividade, incapacidade física e custos da mortalidade precoce), custos intangíveis (sofrimento e consequências sociais). Segundo Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, se comparado com outros problemas de saúde, o álcool é responsável por: 3x mais licenças médicas, 5x mais acidentes de trabalho, 8x mais internações, 3x mais assistência médica e social para os familiares.
COMO É NA VELHICE
Considerando a velhice uma fase de acúmulo de declínios fisiológicos, o organismo do idoso tem suas especificidades quanto a lenta receptividade dos medicamentos, a qual é conhecida como meia vida, mas também nas funções de alguns órgãos vitais (renal e hepática), que trabalham de forma menos eficiente.
Esta condição predispõe o indivíduo idoso mais sensível aos efeitos do álcool e outras drogas (lícitas ou não), fator condicionante a Sociedade Americana de Geriatria (2003) considerar para este público específico, uma dose menor de ingestão de álcool se comparado ao adulto.
O consumo de álcool por muitos anos seguidos pode levar a um comprometimento cognitivo e demência, que podem ser irreversíveis. E também um prejuízo funcional em razão de alterações cardiovascular, imunológico, locomotor e digestivo, prejudicando inclusive na aceitação de certos fármacos e aumentando risco para morbidade e mortalidade.
Os idosos alcoolistas podem sofrer aumento da incidência de fraturas devido a quedas decorrentes de diminuição da densidade óssea e instabilidade postural, esta última, devido a paralisia dos reflexos labirínticos.
E ainda sofrer violência por parte de cuidador alcoolizado
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